(ENEM PPL - 2021) Com direitos civis, mas sem direitos polticos, alm das mulheres, milhes de camponeses iletrados, em sua maioria no brancos, num contexto altamente racista e racializado, milhares de imigrantes estrangeiros recm-chegados e de ex-escravos recm-libertos no deixaram, apesar disso, de agir politicamente e de influir decisivamente no devir da repblica em formao. MATTOS, H. A vida poltica. In: SCHWARCZ, L. M. (Org.). A abertura para o mundo: 1889-1930. Rio de Janeiro: Objetiva, 2012. Um meio pelo qual esses grupos exerceram a cidadania, nas primeiras dcadas do regime poltico mencionado, foi o(a)
(ENEM PPL - 2021) A antiga condio de emprego construa, por assim dizer, a vida humana, que podia ser planejada. Tanto os trabalhadores como os donos de fbrica sabiam muito bem que iriam se encontrar novamente amanh, no ano seguinte, pois os dois lados dependiam um do outro. E porque todos sabiam disso podiam brigar uns com os outros, mas no final tendiam a concordar com um modus vivendi. Bem, nada disso existe hoje. A maioria das pessoas no pode planejar seu futuro muito tempo adiante. PALLARES-BURKE, M. L. G. Entrevista com Zygmunt Bauman. Tempo Soc., n. 1, 2004 (adaptado). No trecho da entrevista, o socilogo Zygmunt Bauman analisa as modificaes no mundo do trabalho e suas repercusses no que se refere
(ENEM PPL - 2021) TEXTO I Nunca se soube tanto da vida e aparncia dos outros, graas postagem e ao compartilhamento de imagens. Uma comisso parlamentar britnica constatou que meninas de at cinco anos de idade j se preocupam com peso e aparncia. Outro sintoma do problema, segundo um relatrio da comisso, foi o aumento das taxas de cirurgia plstica no pas, de cerca de 20% desde 2008. ROXBY, P. Disponvel em: www.bbc.com. Acesso em: 9 dez. 2018. TEXTO II Toda a vida das sociedades nas quais reinam as condies modernas de produo se anuncia como uma imensa acumulao de espetculos. Tudo o que era diretamente vivido se esvai na fumaa da representao. DEBORD, G. A sociedade do espetculo. Rio de Janeiro: Contraponto, 2017. Os textos apontam a centralidade da circulao imagtica na sociedade contempornea, uma vez que realam a
(ENEM PPL - 2020) Tu um termo que no figura muito bem nos desenvolvimentos modernos e contemporneos da tica e da poltica. Com efeito, muitos movimentos revolucionrios (que variam do comunismo tradicional ao feminismo da irmandade) parecem compartilhar de um cdigo lingustico curioso baseado na moral intrnseca dos pronomes. O ns sempre positivo, o vs um aliado possvel, o eles tem o rosto de um antagonista, o eu imprprio, e o tu , obviamente, suprfluo. CAVARERO, A. Relating Narratives apud BUTLER, J. Relatar a si mesmo. Belo Horizonte: Autntica, 2015 (adaptado). Um dos principais problemas morais da contemporaneidade, conforme mencionado no texto, reside na dificuldade em
(ENEM PPL - 2020) As canes dos escravos tornaram-se espetculos em eventos sociais e religiosos organizados pelos senhores e chegaram a ser cantadas e representadas, ao longo do sculo XIX, de forma estereotipada e depreciativa, pelos blackfaces dos Estados Unidos e Cuba, e pelos teatros de revista do Brasil. As canes escravas, sob a forma de cakewalks ou lundus, despontavam frequentemente no promissor mercado de partituras musicais, nos sales, nos teatros e at mesmo na nascente indstria fonogrfica mas no necessariamente seus protagonistas negros. O mundo do entretenimento e dos empresrios musicais atlnticos produziu atraentes diverses danantes com base em gneros e ritmos identificados com a populao negra das Amricas. ABREU, M. O legado das canes escravas nos Estados Unidos e no Brasil: dilogos musicais no ps-abolio. Revista Brasileira de Histria, n. 69, jan.-jun. 2015. A absoro de elementos da vivncia escrava pela nascente indstria do lazer, como demonstrada no texto, caracteriza-se como
(ENEM PPL - 2020) Por fora da industrializao da cultura, desde o comeo do filme j se sabe como ele termina, quem recompensado e, ao escutar a msica, o ouvido treinado perfeitamente capaz, desde os primeiros compassos, de adivinhar o desenvolvimento do tema e sente-se feliz quando ele tem lugar como previsto. ADORNO, T. W.; HORKHEIMER, M. Dialtica do esclarecimento: fragmentos filosficos. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2009. A crtica ao tipo de criao mencionada no texto teve como alvo, no campo da arte, a
(ENEM PPL - 2020) A produtividade ecolgica articula-se com uma produtividade tecnolgica, porque no se deve renunciar a todas as possibilidades da cincia e da tcnica, e sim reencaminhar muitas delas para a construo desse novo paradigma produtivo. Essa construo social, porm, no pode ser guiada por um planejamento centralizado da tecnologia normatizada pela ecologia. A alma dessa nova economia humana so os valores culturais. Cada cultura d significado a seus conhecimentos, a sua natureza, recriando-a e abrindo o fluxo de possibilidades de coevoluo, articulando o pensamento humano com o potencial da natureza. LEFF, E. Discursos sustentveis. So Paulo: Cortez, 2010 (adaptado). O paradigma produtivo apresentado no texto tem como base a harmonizao entre tecnologia e ecologia e prope uma sustentabilidade pautada no(a)
(ENEM PPL - 2020) A agenda escolar 2008 convida os alunos das escolas municipais do Recife leitura mensal de trechos de poemas dos 12 artistas agraciados com esttuas desde 2005. Dessa maneira, esses alunos tiveram acesso, em cada ms do ano, a informaes sobre as personalidades retratadas no papel e no espao pblico, lendo e discutindo seus versos e visitando as esculturas instaladas estrategicamente no centro da cidade. Trata-se, em suma, de uma pedagogia do espao pblico que repousa no reconhecimento de personalidades e lugares simblicos para a cidade. De acordo com a prefeitura, o itinerrio potico seria uma maneira de fazer reconhecer talentos que embelezam os postais recifenses, alm de estreitar laos do cidado com a cultura. MACIEL, C. A. A.; BARBOSA, D. T. Democracia, espaos pblicos e imagens simblicas da cidade do Recife. In: CASTRO, I. E.; RODRIGUES, J. N.; RIBEIRO, R. W. (Org.). Espaos da democracia. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2013 (adaptado). No texto, est descrita uma ao do poder pblico que coloca a paisagem como um fator capaz de contribuir para a
(ENEM PPL - 2020) A sociedade burguesa moderna, que brotou das runas da sociedade feudal, no aboliu os antagonismos de classes. No fez seno substituir velhas classes, velhas condies de opresso, velhas formas de luta por outras novas. Entretanto, a nossa poca, a poca da burguesia, caracteriza-se por ter simplificado os antagonismos de classes. MARX, K.; ENGELS, F. O manifesto comunista. So Paulo: Paz e Terra, 1998. Na perspectiva dos autores, os antagonismos entre as classes sociais no capitalismo decorrem da separao entre aqueles que detm os meios de produo e aqueles que
(ENEM PPL 2020) No Brasil, aps a ecloso da Bossa Nova, no fim dos anos 1950 quando efetivamente a cano popular comeou a ser objeto de debate e anlise por parte das elites culturais desenvolveram-se duas principais vertentes interpretativas da nossa msica: a vertente da tradio e a vertente da modernidade, dualismo que no surgiu nesta poca e nem se restringe ao tema da produo musical. Desde pelo menos 1922, a tensoentre tradicional e moderno ocupa o centro do debate poltico-cultural no pas, refletindo o dilema de uma elite em busca da identidade brasileira. ARAJO, P. C. Eu no sou cachorro, no. Rio de Janeiro: Record, 2013. A manifestao cultural que, a partir da dcada de 1960, pretendeu sintetizar o dualismo apresentado no texto foi:
(ENEM PPL - 2020) Uma civilizao a entidade cultural mais ampla. As aldeias, as regies, as etnias, as nacionalidades, os segmentos religiosos, todos tm culturas distintas em diferentes nveis de heterogeneidade cultural. A cultura de um vilarejo no sul da Itlia pode ser diferente da de um vilarejo no norte da Itlia, mas ambos compartilharam uma cultura italiana comum que os distingue de vilarejos alemes. As comunidades europeias, por sua vez, compartilharo aspectos culturais que as distinguem das comunidades chinesas ou hindus. HUNTINGTON, S. P. O choque de civilizaes. Rio de Janeiro: Objetiva,1997. De acordo com esse entendimento, a civilizao uma construo cultural que se baseia na
(ENEM PPL - 2020) certo que tambm o animal produz. Constri para si um ninho, casas, como as abelhas, os castores, as formigas etc. Mas produz unicamente o que necessita imediatamente para si ou sua prole; produz unicamente por fora de uma necessidade fsica imediata, enquanto o homem produz inclusive livre da necessidade fsica e s produz realmente liberado dela; o animal produz somente a si mesmo, enquanto o homem reproduz para natureza inteira. QUINTANEIRO, T.; BARBOSA, M. L. O.; OLIVEIRA, M. G. Um toque de clssicos: Durkheim, Marx e Weber. Belo Horizonte: UFMG, 2002 (adaptado). Na perspectiva do texto, o trabalho humano se diferencia da produo de outros animais em razo da
(ENEM PPL - 2020) Com a retrao do binmio taylorismo/fordismo, vem ocorrendo uma reduo do proletariado industrial, fabril, tradicional, manual, estvel e especializado, herdeiro da era da indstria verticalizada do tipo taylorista e fordista. Esse proletariado vem diminuindo com a reestruturao produtiva do capital, dando lugar a formas mais desregulamentadas de trabalho, reduzindo fortemente o conjunto de trabalhadores estveis por meio de empregos formais. ANTUNES, R. O caracol e sua concha: ensaio sobre a nova morfologia do trabalho. So Paulo: Boitempo, 2005. Uma nova caracterstica dos trabalhadores requerida pelas mudanas apresentadas no texto o(a)
(ENEM PPL - 2020) Em escala, o negro o negro retinto, o mulato j o pardo e como tal meio branco, e se a pele um pouco mais clara, j passa a incorporar a comunidade branca. A forma desse racismo no Brasil decorre de uma situao em que a mestiagem no punida, mas louvada. Com efeito, as unies inter-raciais, aqui, nunca foram tidas como crime ou pecado. Ns surgimos, efetivamente, do cruzamento de uns poucos brancos com multides de mulheres ndias e negras. RIBEIRO, D. O povo brasileiro: formao e sentido do Brasil. So Paulo: Cia. das Letras, 2004 (adaptado). Considerando o argumento apresentado, a discriminao racial no Brasil tem como origem
(ENEM PPL - 2019) A identificao simblica que existe na cultura esportiva pode ser um fator determinante nas aes potencialmente agressivas dos espectadores e torcedores de futebol. Essa identificao em indivduos que no tm uma identidade prpria pode lev-los a no perceber os limites entre a sua vida e a sua equipe, ou entre a sua vida e a vida de um dolo (jogador), e, dessa forma, passar a viver suas emoes basicamente por meio de acontecimentos esportivos, do sucesso e da derrota de seu clube predileto. Alguns dos torcedores organizados dedicam a vida sua torcida. Vivem para ela e, por ela, chegam a perder qualquer outra referncia, pois essa experincia compensatria que lhes d identidade. A probabilidade de um indivduo se tornar um torcedor fantico est diretamente relacionada com a construo da sua identidade. Por isso, imprescindvel o desenvolvimento de relaes e valores prprios que o ajudaro a delinear o limite entre ele e a sua equipe, ou entre ele e um jogador de futebol. REIS, H. H. B. Futebol e violncia. Campinas: Armazm do Ip; Autores Associados, 2006 (adaptado). Partindo da discusso sobre as relaes entre o torcedor e seu clube, observa-se que o fanatismo futebolstico